quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Caso de amor com o abajur


Sabe, a criatividade é uma coisa extraordinária, pois quanto mais a gente usa mais a gente tem. Precisa praticar um pouco no começo, mas depois que se toma gosto é incrível o que podemos inventar, resolver, criar, modificar.

Isso é uma coisa que gosto nas feiras de troca, se tivermos a sensibilidade de olhar as coisas com outros olhos, elas podem se tornar janelas para mundos diferentes.

Numa das primeiras feiras de troca que eu fui, eu troquei um abajur.  Não, na verdade a história começa um pouco antes... 

Eu andava ansiosa, com dificuldades para dormir e uma pessoa muito bacana me sugeriu que eu criasse um "ritual" antes de dormir, o ritual que eu quisesse, para ir dizendo ao corpo que era hora de dormir, ir preparando ele para aquele momento. Achei a sugestão genial e comecei a preparar meu próprio ritual: tomava banho, vestia o pijama, tomava um copo de água, escovava os dentes, deitava na cama e... lia um livro. Tudo com muita calma. Depois de alguns dias achei que poderia ser interessante arranjar um abajur, pois a luz do teto não ajudava muito a leitura.

Quando cheguei na feira de trocas e vi uma moça trocando um abajur fiquei feliz da vida. Não me lembro pelo que troquei, acho que foi por um par de sapatos de dança.

O abajur precisava de reforma, sim, mas funcionava direitinho e isso era o mais importante. 
Arranjei tinta de artesanato e pintei toda a base de porcelana. A cúpula foi trocada por outra, linda, com estampa de flores, semi-nova, comprada em um brechó.

Ficou lindo! Nem percebi que já estava em um caso de amor com o abajur, tanto tempo, esforço e carinho dedicados à um simples objeto.

Ele não só facilitou a minha vida e ajudou a melhorar minhas noites de sono, como não imagino mais minha vida sem ele! Não sei como eu vivia antes de ter um abajur! rsrsrs

Outro dia, esbarrei nele descuidadamente e ele caiu no chão, espatifando a base de porcelana em vários pedaços... ai, ai, foi um baque duro. Mas a lâmpada, a cúpula e a fiação permaneceram intactas.

Então, após passado o primeiro susto, fiquei pensando como eu poderia aproveitar as partes do
abajur que haviam restado. Me lembrei de ter visto um moça na TV ensinando a fazer um abajur com
xícaras, pires, pratos e potes de porcelana variados, corri para a internet e encontrei um monte deles
vários jeitos diferentes de personalizar, reaproveitar e fazer artesanato com abajurs.

Aqui tem uma foto do abajur de xícaras para quem não conseguiu visualizar, fica bacana!



Por enquanto eu improvisei o meu com uma garrafa de saquê antiga que eu tinha guardado, mas minha mãe já me arrumou uma garrafa de licor, maior e bojuda que eu vou pintar com uma tinta spray dourada que eu já tenho por aqui, e acho que vai ficar mais ou menos assim:



Bom... essa história toda para dizer que uma garrafa velha, ou xícaras lascadas podem virar um abajur.
O que mais será que tem potencial para ser o que quisermos? Da próxima vez que eu for a uma feira de trocas vou olhar as coisas com outros olhos, olhos criativos e de possibilidades. :)